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05/10/2010

Era um milhão de espécies e agora são só 400 mil



Durante três anos, um grupo de cientistas analisou plantas e concluiu que muitas tinham os nomes repetidos 
Mais de metade das espécies de plantas até hoje conhecidas foram retiradas do "dicionário da vida" após um aprofundado estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas do Reino Unido e dos EUA durante os últimos três anos. Ao longo dos séculos, recolhas e identificações que os botânicos de todo o mundo julgavam ser de novas espécies, eram, afinal, meras duplicações de espécies já conhecidas. As repetições são tantas que o tomate comum, por exemplo, tem 790 nomes diferentes, existindo 600 apelidos distintos para o de carvalho e suas variedades.
Os resultados globais não serão publicados antes do final do ano, mas a equipa estima que da lista inicial de um milhão de espécies serão cerca de 400 mil as que compõem a nova base de dados. A lista não conta com dados de samambaias e algas, por exemplo, que serão avaliadas à parte, acreditando-se que existam dez mil espécies de samambaias e 30 mil de algas.
Até ao momento, a equipa de cientistas já identificou 301 mil espécies aceites, validou 480 mil nomes alternativos e tem por avaliar cerca de 240 mil. "A lista está longe da perfeição, mas será a mais correcta que existe", frisa Eimear Nic Lughadha, membro da equipa.
"Em média, uma planta pode ter dois e três nomes diferentes", diz Alan Paton, curador-assistente no herbário dos Jardins Botânicos Reais de Kew. Que explica que, embora isso não pareça muito, "se alguém estiver à procura de informações sobre uma planta pode não as encontrar todas porque só está a procurar um nome" e não as suas duplicações também. "Isso é ainda mais crítico para as plantas com utilidade a nível económico: como são mais usadas tendem a ter mais nomes", explica Paton.
A suspeita já existia há muito e faltava apenas um estudo exaustivo que dissipasse as dúvidas. Após o pedido feito por 193 países membros da Convenção sobre Diversidade Biológica, numa reunião em 2002, arrancou então um trabalho de campo que examinou mais de um milhão de espécies nos últimos três anos.
Durante o estudo, os cientistas procuraram analisar bases de dados existentes e comparar nomes aceites para cada planta, assinalando todas as variações conhecidas. Uma das bases de dados foi inicialmente criada com 250 libras deixadas em testamento por Charles Darwin.
Como termo de comparação, acredita-se que haja mil gimnospermas como choupos e coníferas e 23 mil musgos que formam o reino vegetal. Os cientistas estimam ainda que exista mais de um milhão de espécies de insectos identificados pela ciência, 28 mil espécies vivas de peixes, dez mil aves e 5400 mamíferos.

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